Há uma recente discussão em torno do Orkut. Afinal, a ferramenta ainda dá bons resultados ou é a principal e mais utilizada no Brasil? Quanto ao segundo questionamento, os números de empresas de pesquisa continuam confirmando que sim. Mas a primeira anda me deixando bastante na dúvida. Não quero defender uma ou outra rede social. E quando falo sobre isso, considero o nível de atividade e não o acesso.
A realidade é diferente quando você começa a analisar público a público. Mas parece-me que há uma queda considerável no volume de informações que circulam por lá. Também sei que a internet nada mais é do que o reflexo da cultura do mundo real, um meio. Basta ver a mudança do perfil dos Trending Topics do Twitter.
Tenho estudado, acompanhado e feito testes com a ferramenta ao longo dos últimos meses. Alguns pontos chamam minha atenção. Levanto algumas percepções (minhas, diga-se de passagem, sem base científica ou amostragem):
- a maioria das comunidades foi criada em 2004 e 2005, auge extremo do canal;
- o nível de atividade dessas comunidades está baixíssimo (com algumas poucas exceções);
- o Orkut vem se transformando em comunicador um a um (eu vou ao perfil de uma pessoa, deixo um scrap e ela me devolve uma mensagem) ou excelente ferramenta para bisbilhotar a vida alheia;
Estas minhas questões não utilizam nenhuma teoria especial de pesquisa ou estudo. Considerem aqui apenas a experiência pessoal e a de alguns amigos e conhecidos como referência. Posso estar falando algumas das maiores besteiras do mundo e não tenho vergonha de assumir isso. Afinal, de especialista em mídia social o mundo está cheio não é mesmo?
Crescimento do Facebook e do Twitter? Estresse do modelo e da proposta da ferramenta? Usabilidade? Se você me perguntar o que me levou a concluir isso, sinceramente, não sei responder. Podem ser diversos fatores, mas deixo isso para quem realmente entende da coisa. A própria mídia adora eleger as febres. Há pouco era o Twitter, agora é o Facebook. Daqui a pouco teremos mais uma diferente. Se ambas não tivessem evoluído e conquistado os usuários, certamente o Orkut prevaleceria rei no Brasil.
Com isso, não estou dizendo que as agências e empresas devem descartar a ativação ou participação no Orkut. Nem é esta a discussão. Mas quanto esforço direcionar ao Orkut hoje em uma campanha ou mesmo em uma atuação institucional corporativa?
E digo mais, esse movimento não tem acontecido somente com a ferramenta de relacionamento do Google. Não se trata de terrorismo puro. Eu mesmo vivo de internet hoje. Como já falei em post anterior, entretanto, até mesmo os blogs são colocados em dúvida (a Economist considerou isso, conforme relata Renato Cruz em seu blog).
Nem tudo é desgraça também, calma lá. Ainda tem ação interessante e de sucesso. A campanha de volta do Ferrorama, o Colheita Feliz, entre outros.
Deixo então mais algumas perguntinhas para você responder. A partir delas fiquei com essas pulgas atrás das orelhas:
- Quantas vezes por semana você tem acessado seu perfil no Orkut?
- Em quantas comunidades você tem acompanhado alguma discussão relevante?
- Em quantas delas você efetivamente participou (com interação) no último mês?
- Qual o volume de tópicos criados e movimentados daquelas que você participa?
- Qual foi o retorno (cliques ou repostas) a um tópico que você publicou em alguma comunidade recentemente.
- Quantos perfis ou comunidades corporativas (de empresas) você acompanha e participa?
Leia também:
O Orkut será superado pelo Facebook no Brasil? – de JC Rodrigues, no WebInsider