O conteúdo das agências

Há alguns anos tornou-se algo comum as agências de comunicação e assessoria de imprensa oferecerem serviços de produção de conteúdo para seus clientes. Afinal, boa parte das informações relevantes passam pelas mãos dos atendimentos. Mais um serviço, mais faturamento, pronto, segue o jogo.

Aí apareceram as mídias sociais. Mais um produto para as agências de comunicação. Administrar os perfis oficiais de clientes nas redes sociais exige uma grande produção de conteúdo. Além disso, temos de considerar as diversas plataformas. É vídeo, é foto, é texto, é microtexto.

O difícil, porém, é vender toda essa história para o cliente. O mercado precisa compreender melhor esse universo de comunicação que se abriu. Então vamos “evangelizar”, certo? Exato. E não é ironia nem crítica, acho que é o caminho certo mesmo.

Reparem. As agências passaram a produzir muito conteúdo proprietário. Não vou listar aqui para não parecer injusto, mas acesse o site de algumas das principais assessorias de imprensa do País. Dê uma vasculhada em seus perfis no Twitter. Você pode se surpreender. Tem muito conteúdo de qualidade e dados preciosos, especialmente sobre redes sociais.

Quer uma ajudinha?

As agências de comunicação no Twitter (atualizado)

Todo mundo gosta de uma listinha, vai. Resolvi me arriscar e caçar as agências no Twitter. Boa parte delas eu já acompanho. Muitas, inclusive, conheci por meio dessa ferramenta e passei a admirar. Vale ressaltar que tentei seguir a lsita de associados da Abracom, entrei nos sites de várias delas e das que eu conheço ou já ouvi falar. Naquelas nos quais o perfil não está na página principal, cheguei a olhar o campo de contato e não achei nada, por esta razão, não estão citadas aqui. Todas as que apresento, raras exceções, têm atuação muito mais voltada para o trabalho de assessoria de imprensa.

De qualquer forma, esta também é uma lista colaborativa. Incluam, nos comentários, aquelas que não constam aqui até porque certamente não consegui identificar todas. A ideia é tornar essa lista uma aba fixa e permanentemente atualizada. Lembro que estou considerando somente as nacionais ou que atuam no Brasil:

2pró Comunicação
Andreoli MS&L
Agência Detalhes
Agência Ideal
Approach
Agência W2Pod
Bansen
Branding and Sales
Burson-Marsteller Brasil
Casa da Notícia
Casa do Cliente
CDI Comunicação
CDN Interativa
Comunicação Interativa
Contato Comunicação
CSK Comunicação
Dialeto
Edelman Brasil
Emporio Comunicação
EPR Comunicação Corporativa
Estudio de Comunicação
EVCom
FSB
G&A Comunicação
Grupo Casa (Informare)
GrupoTV1
Imagem Corporativa Digital
Inédita SP
In Press Porter Novelli
Intermídia Rio Preto
Ketchum Interactive Communications
KlaumonForma
KRP
Lead Comunicação
Linhas & Laudas
Lu Fernandes Comunicação e Imprensa
LVBA Comunicação
Máquina da Notícia
Marqueterie
Oca Comunicação
Oficina da Palavra
Ogilvy PR Brasil
Perspectiva
Popcorn Comunicação e Marketing
Ralcoh Comunicação
Ricardo Viveiros
RMA Comunicação
S2 Comunicação
S/A Comunicação
Santa Clara Comunicação
Scritta
Sing Comunicação
Signo Comunicação
Spin Doctor
The Jeffrey Group
Talk Interactive
Textual Comunicação
Trama Comunicação
Trópico Comunicação
Versátil Comunicação
Vianews
XPress Comunicação

Associações e entidades de classe:

Aberje
Abracom

Abracorp

ABRP-SP

Conferp

Veja também:

Se você quiser conferir a lista de empresas e veículos de notícia brasileiros no Twitter, o Juliano Spyer também tem uma excelente opção.
Caso procure a lista de pesquisadores da comunicação, a melhor é a produzida por de Rogério Christofoletti.

A dinâmica mudou

Vivo falando aqui de redes sociais, de convergência, mídias digitais. As mudanças estão acontecendo e muitas vezes de maneira sutil. Em muitos casos, o elo de transição no processo de comunicação ficou frágil ou está sendo descartado. O jornalismo tradicional tem de correr atrás do prejuízo.

Basta ver essa notícia, divulgada ontem no Jornal da Globo, sobre a contratação do técnico do Atlético Mineiro. Reparem as fontes usadas para confirmar a informação (tentei “embedar” o código do vídeo da Globo, mas não consegui).

E por falar em “manuais”

globo

Fiquei feliz em saber que motivei um post de Mauro Segura sobre o tema do assunto tratado logo abaixo. E, talvez por sorte, essa questão dos guias emergiu nos dois últimos dias. Não aplicado às empresas, mas a dois grandes veículos de comunicação.

Segundo José Roberto de Toledo informou, a Folha de São Paulo disparou um comunicado com regras para o uso do Twitter. No dia seguinte, Lauro Jardim diz que a Globo também pretende normatizar o uso das mídias sociais entre seus contratados. E o assunto pegou fogo nas próprias redes sociais.

Em um primeiro momento gostei desse movimento. Vejam: não estou defendendo a forma como os meios de comunicação estão “determinando” a utilização desses novos canais. Mas acho que é um avanço não só tratar sobre o tema como alertar os profissionais para alguns processos básicos. Até porque tenho visto muita gente sem a menor noção de utilização dessas plataformas tecnológicas.

Na outra ponta, a maneira impositiva e as características de restrições – segundo as notas publicadas – acabaram por jogar um balde de água fria nas minhas expectativas.

Não vi os comunicados oficiais, mas pelo que foi exposto pelos dois jornalistas (Toledo e Jardim), há uma nítida falta de compreensão dos veículos sobre estas novas mídias. A forma e o direcionamento dado aos profissionais de dois dos mais importantes meios do País demonstram claramente os motivos da crise da mídia tradicional. Parece-me que não há flexibilidade, disposição ou interesse em aproveitar bem os canais digitais.

Em vez de usá-los a seu favor, alguns veículos tentam limitar seu uso, impor receio dos profissionais em utilizar o twitter, criar blogs, interagir com o público.

As tecnologias podem mudar de tempos em tempos, mas a necessidade de comunicação sempre existirá. Espero que isso seja revisto ou que os demais veículos vasculhem um pouco do que se falou sobre estes dois casos na rede para tentar outras estratégias.

Atualização: já publicaram a carta enviada pela Globo na íntegra.

Quando as empresas vão entender?

Trabalhar com comunicação no Brasil é algo bastante complicado. Quem está nesse mercado sabe bem o que estou dizendo. Já falei aqui diversas vezes que os conceitos parecem complexos demais para as empresas. Com as mídias sociais então, vixe, o negócio ficou ainda mais nebuloso. Não entenderam ainda que a comunicação, na maioria dos casos, é semelhante ao direito ou à legislação fiscal: em mutação constante, exigindo atualização freqüente do conhecimento.

As estratégias de atuação no ambiente digital ainda não ganharam contornos a ponto de criar padrões no mercado. E isso traz ainda mais dúvidas. Se até mesmo os profissionais de comunicação estão aprendendo com os novos meios, os gestores das empresas não têm obrigação, diriam alguns.

Isso não é uma verdade absoluta. Eles deveriam, sim, conhecer. Afinal, como vão exigir uma postura profissional e competente de uma empresa de comunicação se não sabem o que desejam, se não conhecem ou, ao menos, experimentaram estes novos canais digitais para cobrarem um serviço proativo, um gerenciamento da reputação da companhia? Colocar a marca/produto/serviço de uma empresa nas mãos de uma agência é uma responsabilidade e tanto.

Outro dia, numa conversa informal com um amigo, falávamos sobre a febre das redes sociais. O papo caiu para o modismo de algumas opções de mídias. Uma hora é um Second Life que está por cima da carne seca. Outra hora aparece um Twitter que o povo abraça. Este é – e sempre foi – o modelo do mercado de tecnologia. As mídias podem ser passageiras, mas a necessidade de comunicar não só é eterna como cresceu exponencialmente com a internet.

Muitas ainda teimam em aplicar recursos em ações completamente isoladas. Nada contra as campanhas digitais. Longe disso. Eu acho que os meios precisam ser aproveitados em sua plenitude, mesmo que e principalmente para a divulgação de iniciativas pontuais. Mas, em alguns momentos, parecem acreditar em milagres da multiplicação, esperam resultados de mídia de massa com campanhas nas redes sociais. Muitas companhais não entenderam e não dão a devida atenção à proposta de nicho desses novos meios.

Algumas empresas – e muitos gestores por aí – ainda acham que conseguirão reverter situações críticas, problemas com consumidores, falhas operacionais com campanhas em mídias diversas, inclusive digitais. Não percebem que investir em rede/mídias sociais é parcela de uma estratégia muito maior e integrada de comunicação.

Simplesmente, não entenderam que comunicação não resolve problema de gestão!

Uma breve visão sobre o Twitter

Nos últimos dias uma discussão em blogs e redes sociais está chamando a atenção. Um aplicativo permite seguir milhares de pessoas de uma só vez no Twitter. E disso partem novas discussões, especialmente envolvendo as empresas. Como usar a ferramenta de forma corporativa. Mais: de forma atrativa?

Tenho recebido o aviso de que estou sendo seguido por várias marcas e empresas. Porque lógica é a seguinte: se eu não segui-las não consigo me tornar público interessante, afinal, não vou ver o que elas estão publicando. Então, qual a validade? Ampliar o número de seguidores simplesmente. E qual será a garantia de que eles vão seguir a marca e prestar atenção no que está sendo divulgado?

Essas são perguntas comuns hoje entre o pessoal de comunicação das empresas. Por isso, arrisco-me a dar pitacos sobre alguns cuidados que, eu acho, devem ser considerados antes da criação de um perfil corporativo no Twitter:

  • Se você não tem algo relevante a dizer, não crie o perfil. O Twitter é “hype”, mas avalie se realmente ele serve para o seu tipo de negócio e para as mensagens que você/sua empresa pretendem transmitir. Da mesma forma que um comentário pode estourar e ser visto por milhares de pessoas, ele pode prejudicar e muito a imagem da empresa se mal interpretado. A ferramenta consome tempo, portanto, não pode ser usada de qualquer forma só para parecer que a empresa está “antenada” e “conectada”;
  • Apesar de todo o furor, o Twitter é mais um canal de comunicação e assim deve ser tratado. Não pode ser o principal nem o mais importante. Ele deve complementar a estratégia de comunicação como um meio. A plataforma não pode nem deve substituir outros meios de interação com clientes;
  • Algumas empresas que utilizam a marca nessa ferramenta de comunicação obtiveram sucesso (@dell @starbucks, por exemplo). Mas, se possível, tente personalizar um usuário. As pessoas gostam de se relacionar com outras pessoas, não com marcas que são intangíveis;
  • Não saia adicionando usuários de qualquer forma. Antes de começar essa etapa, dê uma olhada no Twitter Search para saber o que falam sobre sua companhia na rede social. É importante lembrar também que quantidade não significa qualidade. E, como já disse acima, nada garante que eles seguirão você. Pesquise quem é realmente relevante para a empresa, qual a postura desses usuários e de que forma vai interagir com eles. Será que estes usuários vão realmente dar atenção para o que você está dizendo?
  • Não deixe de responder a quem envia “tweet” direto. O fluxo de informação e o rápido retorno são essenciais para gerar credibilidade ao perfil. Se o volume for muito grande, tente responder ao menos aos principais. Sempre que possível, use o “direct” para as respostas;

O caminho é mais ou menos por aí. Tem muito mais coisa que pode ser explorada, mas aí é só pagar uma consultoria que eu faço (hahahahah). Comentários?