Há diversas discussões – todas inconclusivas é verdade – sobre para que direção caminha o jornalismo. As incertezas, a queda da publicidade, a drástica diminuição da qualidade geram debates acalorados. Mas tem um em especial que, acredito, pode gerar um grande desconforto nas redações se for para a frente: métrica. Faça o teste. Digite “métricas+jornalismo” no Google e veja quais resultados relevantes e que falam especificamente do tema você encontrará.
Sempre tratado como algo intangível, o jornalismo começa a encontrar alguns rumos que conseguem demonstrar mais claramente seu sucesso. Claro, com a internet. A capacidade de construir a trilha, o perfil de pessoas que acessaram determinado conteúdo e assim por diante, permite repensar os modelos. A adoção de técnicas de SEO – muito bem tratada nesse artigo do Webinsider – não deixa de trazer o conceito ao jornalismo.
Mas o pessoal do USA Today está analisando uma possibilidade mais ousada, conforme relata nota do Jornalistas da Web. A ideia é simples e não deixa de ser boa por trazer mais realidade à produção de conteúdo. Seria, no mínimo, uma experiência interessante – já que começaria, segundo os rumores, com a editoria de esportes. O modelo pode estimular os jornalistas, fazê-los até a repensar a construção das informações, em como disseminar esse conteúdo via redes sociais. Algumas dúvidas, porém, ainda não ficaram claras: até que ponto isso pode influenciar na qualidade? Que critérios serão usados? Como medir o debate gerado por determinada reportagem – ou serão apenas os cliques considerados?
Além disso, outra questão tão importante surge. Especialmente se um projeto como esses chegar às redações brasileiras. Como cobrar isso de jornalistas jovens, inexperientes, sem infraestrutura e já explorados o suficiente pelos meios? Entendem agora as razões pelas quais eu disse o começo do texto que isso deve gerar revolta nos colegas?