Força de vontade

Realmente para tentar entender um pouquinho esse novo ambiente de negócios e de trabalho criado a partir das mídias sociais. Digo pouco porque trata-se de algo muito recente e histórico ao mesmo tempo: o ser humano. Quantas vezes não vimos empresas que investiram milhões em sistemas para conquistar a fidelidade dos consumidores, chamar a atenção deles, cativá-los de alguma forma. Pesquisas e mais pesquisas indicando perfis, hábitos, etc? E ainda não há um resultado.

No caso das mídias sociais, essas dúvidas que matam do coração centenas de gerentes e diretores de marketing são mais perceptíveis ainda. É igual casamento. Se você acha que vai mudar a pessoa com a qual está casando, esqueça. Os defeitos dela vão sobressair ainda mais, porque você estará ao lado dela por muito mais tempo. Briga e vai dormir na mesma cama, não pega o carro e volta pra casa da mãe. Tem que resolver ali, na hora.

Volto a bater na tecla que trata-se de relacionamento com pessoas. As empresas não se relacionam com empresas. O B2B, por mais que envolva milhões de plataformas e software, ainda vai ser desenhado de alguém para alguém, de uma pessoa para outra, de um ser para suprir a necessidade de negócios de outro ser.

É isso que as companhias precisam entender quando vão se arriscar nas mídias sociais. O medo é natural, como foi em qualquer novo meio que surgiu. Mas vai ter de ser na base do acerto e erro. Cá entre nós, isso envolve transparência, algo que o mercado não está muito habituado. Quem trabalha no mercado farmacêutico sabe bem disso. Qualquer tipo de informação é classificada como “extremamente confidencial”.

Querem resolver boa parte dos problemas? Comecem dentro de casa. Melhorem os serviços e interação de seus próprios portais corporativos, de suas salas de imprensa. Acertem processos internos, por mais que doa assumir muitos e muitos erros. Aperfeiçoem o atendimento e, principalmente, entregue o que vocês prometem. Assim, a possibilidade de sofrer nas mídias sociais com casos negativos é muito menor.

Simples? Claro que não. Isso dá um trabalho do cão porque – mais uma vez – mexer com processos envolver pessoas e blá blá blá. Estão cansados de saber disso. Mas façam. Ajam. Reajam. Só um pouquinho de força de vontade. Parem de pensar somente no bônus de final de ano bem gordo e estudem a sustentabilidade dos negócios em sua essência (não só sob a ótica de resposabilidade social e meio ambiente).

Começando por aí vão ver como fica muito mais gostoso e honesto participar desse turbilhão que se transformou a mídia social.