Desgraça em favor da comunicação?

Lendo este artigo, lembrei de alguns casos que já publiquei aqui, aqui e aqui. Esse tema também apareceu na conversa do almoço durante o Newscamp. O que leva empresas a tentarem aproveitar um momento de desgraça ou tragédia para promoverem suas marcas?

Por mais que a intenção seja das melhores, compartilho a pergunta da colega Sônia Araripe. Existe mesmo a necessidade de esfregar na cara de todos as ações e doações? O receptor da mensagem vai encarar isso como boa fé ou puro marketing?

Não consigo ver muito sentido nisso. Esse tipo de ação, e comentem se eu estiver muito enganado, acaba desvirtuando o propósito real de ajudar. As pessoas entendem mais como uma propaganda do que iniciativa positiva. Fazer isso é jogar contra.

Ainda assim, muitos clientes/executivos insistem em usar esse tipo de artifício para promover a marca das empresas. “Temos de aproveitar ainda saímos como bons mocinhos, caridosos. Vamos ter mídia espontânea”. Não se espantem, tipos que pronunciam frases como esta podem ser encontrados aos montes por aí.

As agências teriam de coibir esse tipo de coisa. E sei que por profissionalismo a sua imensa maioria realmente faz esse trabalho de avisar a empresa que usar a tragédia para aparecer é mau negócio. Como o cliente bate o pé e começa a chorar, lá vai release voando para todos os lados. Aí, senta e chora, porque a bronca (crise) vai ter de ser controlada exatamente por quem avisou que a estratégia é furada.

Como diz o tio de uma amiga minha com muita freqüência: nestes casos, menos é mais!