Tempo… tempo… tempo


É comum encontrar, inclusive em blogs já consagrados, o “perdoe-me por ficar tanto tempo sem blogar”. Sim, torna-se um vício e chega a irritar quando não há horas suficientes no dia para publicar algo bacana e interessante. Na última edição da revista para a qual trabalho, a matéria de capa falava sobre essa falta de tempo no mundo corporativo, o que limita as possibilidades de inovação.

Escrevi todo esse blá, blá, blá por conta de algo que me revolta. Sabemos que a agenda de presidentes e diretores de empresas hoje é algo completamente louco. Repleta de reuniões, tarefas, visitas a clientes, fica mesmo difícil encontrar qualquer brecha para as ações que fujam dessa rotina alucinante. Mas, perdoem-me, isso não é desculpa para que não dediquem 15, 20 minutos que seja do dia para dar uma entrevista.

O que eu queria realmente entender é: por qual razão a maior parte das assessorias precisa de uma semana para dar vazão às solicitações de entrevistas, nem que seja para dizer “a companhia não vai participar”? Isso quando a resposta se concretiza. Estou esperando até hoje, por exemplo, o retorno da assessoria de uma grande empresa de telecomunicações para a matéria de capa de agosto… sim, agosto.

Se as assessorias têm o canal direto com a fonte, para que tanto tempo? A não ser que o executivo esteja fora do País , o que também não é motivo já que ele não foi viajar sem o celular, dois ou três dias resolveriam o problema. É má vontade do cliente (fonte), ou das assessorias? De quem é a culpa? Não gosto de procurar alguém para apontar o dedo, acho melhor pensar numa solução. Como as assessorias estão trabalhando isso? Porque também não investem mais em treinamento para os clientes sobre a importância desse retorno? Como convencê-lo a falar na maior parte das situações? Simples, só queria compreender as razões disso. Alguém se arrisca?

9 comentários em “Tempo… tempo… tempo

  1. A parte maluca é q alguns “presidentes” não respondem para ninguém. Muitas vezes os assessores insistem durante dias para obter uma resposta só para ouvir “não responde, vai parecer que estamos de má-vontade”.

  2. Edu, no geral, com os clientes que tenho, consigo pelo bom relacionamento agilizar o contato entre jornalista e cliente. Porém recentemente tive um baita problema com um job que fiz para um evento nacional aqui em Florianópolis. Tinha especialistas de todo o país e a mídia local estava em polvorosa querendo entrevistas, a maioria delas motivadas pelo nosso trabalho de divulgação mesmo. Mas o meu cliente – a organização – não ajudou nem um pouco. Com meu próprio carro tive que pegar entrevistado no hotel, levar na emissora. No meio de uma entrevista para uma rádio, uma pessoa da organização puxa o entrevistado porque ele tinha que ficar sentado na mesa de debates. Diversos episódios realmente lamentáveis. Enfim, isso pra dizer que mesmo para os assessores, às vezes é difícil lidar com isso. Meu interesse era total em ajudar o jornalista nestes casos, mas o cliente não ajudou.

  3. Acho que é um problema sem solução, isso porque as causas variam de cliente prá cliente. Tem cliente que não lê e-mail de assessoria e quando o assessor telefona, pede prá mandar um e-mail; tem cliente que acha que o jornalista tem que estar à disposição dele (tipo entrevista às 7h); tem cliente que só dá entrevista se for para a tríade Exame, Gazeta e Valor; e por aí vai. O problema está na motivação: muitos deles só têm assessoria porque os concorrentes têm ou porque querem aparecer e aí vão deixando de lado. Os que contratam uma assesoria porque têm uma estratégia definida de comunicação em geral não fazem isso. Mas estes você conta nos dedos.

  4. Edu, varia mesmo de caso pra caso, ou de solicitação pra solicitação. Tem, sim, empresa que só fala com a tríade citada pelo Fábio Barros, e eu acho isso horrível. Por outro lado, o que eu vejo é a ausência de entrevistas (anúncios de contratos e afins) para não dar bandeira pra concorrência. Tem coisa que nem assessor consegue consertar…
    Às vezes a gente precisa de 1 semana pra convencer o cliente que é uma boa oportunidade, mesmo não sendo da tríade. Dependendo da empresa, nem 1 semana dá tempo…. Mas a gente tenta, né?

    beijo, Ju.

  5. Eduardo, acabamos de receber a B2B aqui na assessoria e olhando a capa, não deixei de lembrar do seu post.
    No geral, antes de começar o trabalho com o cliente marcamos uma reunião para um “papo sério e cabeça” sobre disponibilidade, boa vontade, como ter o “pé no chão” e etc, etc, mas não dá para prever a atitude, daí é uma longa história….
    Já ouvi causos de cliente que quer a capa da Veja. Nada mais me assusta.
    Abs

  6. Edu, algumas vezes eu tremia quando algum jornalista ligava pedindo entrevista perto da hora de ir embora. Se vc soubesse o tamanho do email e a quantidade de informações que a gente tinha que preencher pra pedir uma entrevista… além de tentar adivinhar todas as perguntas (e as respostas!!!!!!!), olha, não tenho saudades nenhuma daquele tempo, viu? Nome, prazo, contatos, perfil do jornalista em português e em inglês e da publicação, prazo para resposta, uma total e absoluta loucura. Isso é pra quem gosta, mesmo… (e parece que a coisa piorou mais ainda ultimamente)

  7. Uma vez um assessor me escreveu um email dizendo “Achei que o final da sua matéria ficou confuso. Que tal se você trocasse por este?” seguido de uma sugestão.
    Gostei do blog! Voltarei.
    Bjo

  8. Na maioria das vezes, o cliente contrata uma assessoria não só por causa do concorrente mas para “plantar”, sim meu amigo, ainda tem gente que quer “plantar” a notícia que lhe interessa. Ele não responde ao jornalista porque não sabe dar entrevista, não investe no mídia training porque quer pagar miséria para o assessor.
    Acho que tem muito assessor por aí que nunca foi jornalista, não tem a mínima afinidade ou habilidade ou conhecimento das necessidades do jornalista e não sabe identificar a notícia. Isso é decorrente do enxugamento das redações, pois tem muito recém-formado que começa a carreira na assessoria e acha que é jornalista. Além do que não sabe escrever, comete barbaridades na língua, enfim…. Acho que o buraco é mais embaixo! Sou do tempo que o editor rasgava uma matéria mal escrita e mandava escrever de novo. Claro, desde que seu QI sustentasse sua permanência…. caso contrário, era rua mesmo! Ah, tenho de esclarecer que trabalhávamos na redação como frila fixo, sem carteira assinada e sem nada de benefícios, etc. etc. antes das PJs. Acho que está na hora desta garotada tomar juízo e escolher uma profissão de verdade.
    Adorei o blog, vou ficar freguesa!
    bj
    Marisa

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